Chimamanda Ngozi Adichie ainda se lembra exatamente do dia em que a chamaram de feminista pela primeira vez. Foi durante uma discussão com seu amigo de infância Okoloma. ?Não era um elogio. ?Percebi pelo tom da voz dele; era como se dissesse: Você apoia o terrorismo!?.? Apesar do tom de desaprovação de Okoloma, Adichie abraçou o termo e ? em resposta àqueles que lhe diziam que feministas são infelizes porque nunca se casaram, que são ?antiafricanas? e que odeiam homens e maquiagem ? começou a se intitular uma ?feminista feliz e africana que não odeia homens, e que gosta de usar batom e salto alto para si mesma, e não para os homens?. Neste ensaio preciso e revelador, Adichie parte de sua experiência pessoal de mulher e nigeriana para mostrar que muito ainda precisa ser feito até que alcancemos a igualdade de gênero. Segundo ela, tal igualdade diz respeito a todos, homens e mulheres, pois será libertadora para todos: meninas poderão assumir sua identidade, ignorando a expectativa alheia, mas também os meninos poderão crescer livres, sem ter que se enquadrar em estereótipos de masculinidade.