Ao contrário de uma tradição antiga, Rafael Leopoldo insiste sabemos que não há uma história verdadeira e tão-só histórias. Disso fala o livro, de uma forma de multiplicar o que foi, isto é, de regressar à vitalidade da história do tango. Então, este livro é um livro bélico, de tensão com outras histórias (inclusive viável como método para uma análise inovadora, seguramente incômoda, de outras músicas). Bélico porque o que se espera é a repetição do mesmo, e não a diferença. Bélico porque são os mesmos nomes, as mesmas biografias, e não está fixo em conceitos distantes da tradição historiográfica do tango. Bélico pelo incômodo que supõe estes conceitos, verdadeiras máquinas de guerra dispostas a propor outra perspectiva mais impertinente, mais selvagem. Gustavo Varela