Tarde no planeta é um romance sobre a dimensão que damos à ideia de finitude, sobre a nossa relação instável com o que entendemos por não humano e sobre a elasticidade dos laços familiares: quem — ou o que — podemos chamar de família?Carlos tem dezesseis anos e um segredo. De uma pequena cidade incrustada na Serra da Mantiqueira, ele sabe que o mundo está prestes a acabar numa catástrofe ambiental. Os sinais estão por todos os lados, ecoam na migração repentina das aves. Também na fome descomunal das vacas nos pastos, que comem, comem o tempo inteiro, porque todo fim dá mesmo um buraco gigante no estômago. Logo ali do lado, os peixes nadam contra a correnteza, e os gatos fogem dos seus donos em disparada. Mas o que fazer enquanto o relógio não dispara o momento final? Um poema de Drummond, que os personagens tanto repetem, parece trazer a resposta: Carlos, sossegue, o amor/ é isso o que você está vendo. Marca: Não Informado