Num passado relativamente recente, futuros diversos projetavam uma lendária cidade indígena do terceiro milênio Tupinicópolis, uma ficção científica tupiniquim, concebida pelo artista carnavalesco Fernando Pinto para a Mocidade Independente de Padre Miguel em 1987. Uma construção utópica em que, em algum lugar do nosso então futuro, as terras indígenas estariam demarcadas e em que seria erguida uma metrópole pós marajoara, retrofuturista, símbolo do Tupi Power. A partir do protagonismo indígena, a utopia de Tupinicópolis profetizava a ruína da colonialidade brasileira e ironizava a ambição nacional de uma redenção pelo capitalismo. O ciclo de debates online Tupinicópolis é aqui?, realizado em 2022 na plataforma Carnavalize em parceria com o projeto No Barracão idealizado pela colecionadora Alayde Alves , com a curadoria de Clarissa Diniz, Leonardo Antan e Thais Rivitti, aproximou artistas e pesquisadores de diversos universos e propôs diálogos e reflexões críticas a partir do desfile Tupinicópolis. Agora, numa distopia do presente, nasce este livro, que articula as discussões desses encontros em tempo e espaço ampliados, para recolocar as questões de nossas identidades e alteridades, no redesenho dos múltiplos passados ficcionais em que ainda vivemos. No Barracão é um grupo de pesquisa e intervenção no circuito artístico que tem como objeto a arte do Carnaval, sobretudo a produzida pelas escolas de samba no Rio de Janeiro. Organizado pela colecionadora Alayde Alves, o grupo conta com a atuação dos curadores Clarissa Diniz, Leonardo Antan e Thais Rivitti, que trabalharam juntos na organização do livro Tupinicópolis é aqui?. A publicação reflete o compromisso do No Barracão de trazer a produção carnavalesca para o centro do debate contemporâneo sobre arte, criando vias de comunicação entre esses dois universos que, por tantos anos, permaneceram apartados. Esperamos que esse gesto, algo inaugural, amplie o interesse de pesquisadores e instituições em relação ao C
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