Durante todo o período da escola e da universidade foram-me apresentados mapas da vida nos quais havia menos que um resquício de muitas das coisas com as quais eu mais me importava e que me pareciam extremamente relevantes para a condução da minha vida. Lembro-me de que vivi, durante muitos anos, em total atordoamento; e nenhum intérprete bondoso se aproximou para me ajudar. A sensação permaneceu até que deixei de suspeitar da sanidade de minhas percepções e comecei a desconfiar da integridade dos mapas. Os mapas produzidos pelo cientificismo materialista moderno ignoram todas as questões que realmente importam. Mais que isso, sequer sugerem algum caminho para uma resposta possível: negam a validade das questões. Quem pode nos guiar, ou ao menos apontar a direção que devemos seguir? Neste livro, vamos olhar para o mundo e tentar vê-lo por inteiro — o que se chama, às vezes, de “filosofar” — com o auxílio de um mapa que mostra onde estão as coisas; não todas, é claro, pois isso faria do mapa tão imenso quanto o mundo, mas as coisas mais notáveis, mais essenciais para a nossa orientação.