A vida na luz em que não andei

David, cujos pais José Mário e Ida Carvalho o acolheram com muito amor e carinho, é o sexto a fazer parte da família Rocha. O irmão mais velho, Mário Junior, já estava conduzindo sua vida matrimonial. Com tal saída, os cinco juntavam-se todo domingo para assistir Ayrton Senna do Brasil. Suas irmãs, Fernanda e Anajá, estavam seguindo o caminho de Mário, prestes a unirem-se com seus respectivos namorados. O personagem, ao ter conhecimento de que suas irmãs estavam de partida, em sua tenra idade já sente o vazio que muitas vezes o persegue até então. Certamente, quem desfruta desta leitura comover-se-á com o desenrolar de sua vida: desde deixar um berço de ouro, uma casa de cair o queixo, muita comida de sua preferência. Mas o pior foi virar as costas para seus pais, pois ambos o mimaram até os idos de 2024. Sua inteligência, ou sua teimosia, já se destacava no momento em que sua mãe o questiona: Meu filho, você fica de recuperação por quê? Por que quer? E ele apresentava-a com sua resposta singela: Obviamente. Em alguns segundos de silêncio, ele completa: Mãe, os alunos estudam dez meses e têm apenas dois meses de férias, então concluí que o contrário valeria a pena e eu tenho dez meses de férias e apenas dois meses de aula. Com isso, o gênio-ingênuo apresenta sua visão futurista deixando-a perplexa e pensativa. Sua visão estilo do contra o acompanha até então. Então, imaginem um personagem sapiossexual, cristão, mas que caminhou do espiritismo à teoria dos antigos astronautas de Erich von Dniken. Sua timidez era visível; prepotência, agilidade, força e sagacidade sempre que podia unia às suas virtudes para brigar e comandar sua galera, que tinha o vulgo COVA. Suas aventuras e peripécias, dos quinze aos vinte e dois anos, são abundantes e extravagantes, levando-o ao limite de seu corpo. Principalmente quando, no final da década de 90, em um show no Metrópole, ele desfruta de uma bebida destilada até se encontrar em coma alcoólico.