A intenção mais ousada deste livro é se aproximar o máximo possível de uma experiência prática, e para isso faz-se necessário desnudar o amor naquilo que ele tem de mais avesso ao ordenamento social. Ou à saúde mental. Ou às intenções civilizadoras. Ou mesmo à ética. Chegar o mais perto possível da consciência de que a necessidade da coragem para refletir sobre o amor nasce mesmo da constatação de que, num mundo de brinquedo como o nosso, qualquer coisa que atrapalhe nosso projeto de não sentir nada não será bem-vinda. Sintamos apenas de modo saudável, sem riscos. Morramos ao afeto. Pensar sobre o amor hoje é pensar sobre nossa inapetência ao afeto.