J.- D. Nasio é meticuloso ao falar sobre a técnica analítica, e, embora preserve a premissa de que o psicanalista trabalha antes de tudo com o seu inconsciente, não deixa sem contorno todos os limites que compõem a cena onde ocorre o tratamento. Preocupa-se logo de saída em informar que a técnica de que fala não é a que se concebe tradicionalmente em outros campos do saber, como um conjunto de meios aplicados a uma matéria, com um objetivo específico. Isto não se aplica à psicanálise ,onde a matéria é o "desejo do analisando e que é idêntica ao desejo do operador". Portanto os meios técnicos, diferentemente do que ocorre em outras disciplinas, não são meios que vêm do exterior; nascem no interior do processo analítico, no interior da sessão. O estado particular em que deve permanecer o psicanalista é um estado de expectativa, "de uma expectativa escolhida, de uma disposição orientada, polarizada na realização de uma experiência singular".A partir desta premissa, Nasio conceitua quatro diferentes fases do tratamento: retificação subjetiva, sugestão, neurose de transferência e interpretação.