Enquanto a sociedade clama por mais prisões e penas mais severas, Mariele questiona: a quem serve esse sistema? Quem são os corpos que ele aprisiona? E por que seguimos aceitando que a resposta do Estado à desigualdade seja o encarceramento em massa? O título do livro, nesse sentido, ao empregar o jogo de palavras vivendo ou sobrevivendo, não é meramente retórico. Ele sintetiza a pergunta central da obra: o sistema penal brasileiro permite que alguém viva dentro dele? Ou apenas sobreviva, mutilado em sua dignidade, espremido entre a culpa e o esquecimento? As respostas oferecidas ao longo dos capítulos são desconfortáveis, mas absolutamente necessárias. Elas nos obrigam a confrontar a falácia de um sistema que se diz ressocializador, mas que na prática perpetua ciclos de violência, exclusão e morte, o que torna a obra uma referência importante para todos aqueles que estão comprometidos com os valores democráticos e com a ideia de que a dignidade humana não é uma concessão, mas um direito. Maiquel Ângelo Dezordi Wermuth Marca: Não Informado